domingo, 15 de abril de 2007

Ainda que eu te ame




Verei o sol a cada manha mais belo
Serei poeta das estrelas
andarilho por entre teus sonhos
Ainda que eu te ame

Lerei teus lábios a cada gota de meu sonhar
Banharei-me ao mar
Cantarei a dor mais triste
Serei como o eterno aprendiz de teus mistérios
Ainda que eu te ame

Correrei todos os perigos para navegar por teus abraços
Beijarei todas as flores em todos os cemitérios
Te revelarei todos os meus segredos
Cavalgarei por todos os jardins
Ainda que eu te ame
Percorrerei o grande abismo em busca de paz
Desafiarei o inferno além
Beberei o néctar da chama da paixão
Sonharei tua inocência servida a cada por do sol
Ainda que eu te ame

E ainda que eu te ame
Sorrirei como criança
Farei poemas à lua e falarei a todos os profetas, padres e poetas da mulher mais bela
De teus negros cabelos , de teu silêncio e de meu amor
Ainda que eu te ame

Andarei pela chuva
Caminharei solitário à procura de teu sorriso
Farei de todas as noites sinfonias de eternos amanheceres
Ainda que eu te ame

Ainda que eu te ame
Ainda que tu não me ames..

sexta-feira, 6 de abril de 2007

A gota


A gota pinga

gota pin

gotaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa.....uma tempestade

além da castidade

gota em gota

conta-gota
gotejar de poesia

enfim gota poesia
poesia em gotas
...

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Flores e espinhos

O jardim estava ali. Bromélias, Crisântemos, Jasmins.Ele o sentiu como nunca. Cada minúscula partícula do seu cosmo. Palavra estranha esta, que ouvira certa vez em algum lugar de sua infância. Sabia o nome de todas as flores, aprendera ainda criança com mestre Deolindo. Era Abril, as cores em seus matizes o encantavam. O frio havia chego. As cigarras não mais cantavam e as borboletas estavam cada vez mais escassas. Apenas um suave silêncio quebrado suavemente pelo gotejar de uma delicada chuva e o bater de asas de um teimoso beija-flor enamorado por uma Tulipa.
No repente um gélido vento acariciou sua face. E no compasso deste momento seu coração batia acelerado; o que acontecera nos últimos instantes iria para sempre repercutir em sua vida. Ele sabia disso e agora lhe restava apenas incontáveis e borbulhantes pensamentos. Sentimentos a navegar vestidos de medo e indecisão por sua mente.
Antes que novos detalhes pousassem em seu caminho de detalhar o momento ouviu um seco som de passos se aproximando; gritos de comando, o engatilhar de armas e percebeu o cinza das fardas dos policiais a quebrar a harmonia do lugar. Compreendeu o fim de tudo, mas não ia reagir. Dava assim um fim aos seus sonhos de garoto e como nunca desejou um ultimo abraço de seu pai, a torta de morango de sua mãe, um beijo de namorada e o som de sua banda preferida no seu mp3; mas órfão aprendera a não navegar por mares tão distantes e percebia assim ao cruzar o abismo da fronteira do crime que até mesmo o conforto dos jornais nas calçadas seria um sonho distante.

Ventos

Acordei-me
saudade encardida
feito brotoar de ilusões perdidas
e na ânsia de aprisionar
teu sorriso
fiz-me teu escravo de eternas
manhas não amanhecidas.
Ainda na hora do sol se por
eu mar revolto
de beijos não dados
abraços não acontecidos
seios não beijados
tu vento, ventania
o crepitar de meus sonhos
Feito simples
Poesia..