domingo, 21 de março de 2010

O homem amarelo


São duas da manhã, o vento norte do ventilador empurrava as últimas gotas de um despertar com incongruentes manifestações de um sonho vomitado no primo sono do homem amarelo. As lembranças latejam espremidas em flashes mal esculpidos. O homem amarelo teve um sonho. Sonhou um mundo cinza. Apenas duas manchas castigadas pelo destino teimavam em existir. Manchas grandes em um pequeno mundo cinza que gritavam suas verdades diluídas em arrotos fantasmagóricos de enigmas ansiosos por se revelarem. Suas cores eram matizes irreais entre um mundo cinza real. O homem cansado deitou seu sonho cinza num canto qualquer de suas preocupações e voltou a adormecer...

Ao acordar sentiu a fraqueza de uma noite mal dormida e admirou-se no espelho. As rugas teimavam em esculpir uma nova face ao estranho a sua frente. O dia nublado prometia-lhe tediosas horas de busca e incompreensão.

O homem amarelo sorriu.

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..........................( ...continua.)

2 comentários:

Ivens B. Iskiewicz disse...

Achei ele um cara solitário e triste.. bem introspectivo. Palpito que a tua idéia com esse conto seja essa... reflexão sobre algumas coisas.
Tá muito bem narrado, muito bem mesmo.

Mouroblog disse...

Estou loco para ver e sentir ler e beber a continuação muito bom quanto mistério nestas palavras assim escritas .