domingo, 23 de dezembro de 2007

Camaquã: Terra de Poesia - Parte III

Atravessando os já idos anos 80 a poesia nativistas teve seu destaque com dois grandes nomes da sociedade camaqüense:Bernardo Linck, com Eu sou o Rio Grande do Sul eAdroaldo Fernandes Claro, com Três Chamas e Transformações da Querência . Adroaldo é o atual Patrono de gestão da Capocam.Em 1987 Álvaro Santestevan pública O Poder do Sótão & Cinco Poemas Amarelos.O idealizador da Casa do Poeta Camaqüense é natural de Encruzilhada do Sul onde nasceu no dia 05 de novembro de 1960, mas erradicado em Camaquã desde 1968 o poeta é licenciado em Letras pela Fundasul e tem se dedicado a serviço da educação e da cultura durante os anos. Em suas obras ainda consta o livro Poema é uma Criança Desobediente lançado no ano de 2006.


Só o poema
O que somos sem o outro
o que pensar
sem o pensamento alheio
não posso ser nada sem ser tudo
ninguém é inteiramente só
a solidão é uma falácia
somente o poema
é que fabrica isolamento.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Camaquã: Terra de Poesia - Parte II

A saga poética de Camaquã segue nos anos 70 com a presença de Laury Farias dos Santos , poeta e declamador tradicionalista. Nascido em 08 de março de 1930 foi um dos fundadores da Estância da Poesia Crioula. Representou a cidade durante muitos anos em Congressos Tradicionalistas por todo o estado. Seus poemas eram publicados em jornais como o Correio do Povo e nas antologias da entidade o qual vazia parte.Faleceu em 22 de maio de 1974.
No ano de 2001 sua obra foi resgatada no livro póstumo Versos Crioulos.O precursor da poesia modernista camaqüense é Evandro Gomes, nascido em 11 de agosto de 1958, filho de Ederaldo de Souza Gomes, fundador da farmácia mais antiga da cidade. Evandro em 1979 publica o livro poético Cacos & Insetos.

Reticenciamento
Quanto mais eu me concluo
Muito mais eu me improviso.
Resgato-me do dia de ontem
E adio-me para outro século
E por lá invento meu próprio tempo
Num eterno reticenciamento de vida e solidão.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Camaquã: Terra de Poesia - PARTE I


O homem que cavalga longamente por terrenos selvagens sente o desejo de uma cidade. E uma cidade não é apenas construída por seus prédios, suas ruas, muros e seu povo; mas também por sua poesia.A Camaquã poética começa com uma mulher de grande valor, que transcendeu os portões da cidade, seu nome era Anna Patrícia Vieira Rodrigues César. Nascida no ano de 1864, na Fazenda Santa Rita, em suas andanças pelo Brasil foi a fundadora de várias academias feministas. Como em Manaus e Recife. Pode ser considerada uma das primeiras feministas do país.O jornal A Pátria, onde ela escrevia, fez um plebiscito perguntando qual a mulher que deveria ingressar na Constituinte e ela venceu. Sendo também a Patronesse da cadeira 31 da Academia Feminina do Rio Grande do Sul. Morreu no Rio de janeiro, em 1942.Ana César colaborou para diversos jornais. Entre eles: O Globo, A Noite, O Rei da Manha e Camaquam. E dirigiu as revistas: Tribuna Feminina, Vida Social, DemocraciaEntre sua obra encontramos os livros em prosa: Fragmentos ( 1931 ) e Farroupilhas ( 1935 ). Sua obra poética está em Folhas Soltas , Rosas Desfolhadas e Cromos.


“ A mulher e a imprensa conduziu a humanidade, ampliando, iluminando os seus destinos. “


“ Em países onde a missão desses dois poderosos fatores é fielmente cumprido e exercida , a nacionalidade cresce e se avigora no caráter, na justiça e no dever.”



“ A Vida é um grande livro com páginas caprichosas , nas quais o destino traça o seus desígnios em várias tintas.”

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

O que falam por ai...


....comentário da Karolzinha depois de ler o Eclipse e Elipse:



[c=#8000FF]Karolzinha!![/c] diz:
gurii
tuas poesias são perfeitas

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Momento Tietagem..


... Último dia de férias ( destas, rsrs )..eu no micro, pensando no estágio, tomando uma ceva, ouvindo A Itapema FM, ótima rádio, e olha que surpresa, encontrei um chat com a Carol Castro e ganhei um oi...rsrs...isto num eh poesia, mas um momento poético..


13:15:19 - Léo fala para Carol Castro: Oi Carol, bah nem acredito q to num chat contigo...me manda um oi pelo menos, sou super teu fã...e conta p gente quais os teus próximos planos p a tv?

13:17:23 - Carol Castro fala para todos: Oi Léo...

13:17:26 - Carol Castro fala para todos: A nova novela das sete, Beleza Pura, está entre os próximos projetos...

sábado, 20 de outubro de 2007

Último poema


Não escreverei mais,

Este é o último papel rabiscado.

Cansei dessa bobagem de palavras,

Cansei desse mundo todo errado.

Nunca mais meus sentimentos irão virar versos...

Prefiro sentir eles afogados em minha garganta,

Do que em folhas de cadernos.

Não sou poeta de palavra,

Digo, que não falo a verdade.

Sou poeta da palavra,

Aquela que transmite a leviandade.

Se eu mostrasse a realidade,

Não seria poeta!

O poeta é digno da mentira,

E a poesia da verdade inventada...

Acabo este último poema

Da forma mais inadequada,

Dizendo tudo o que penso,

Sem querer dizer mais nada...



Tári Dorthon

( Apresento com muita honra a amiga e poetisa Meiriane Gonçalves Jacobsen. )

sábado, 13 de outubro de 2007

Compaixão


Dores putrefas
na sombra vazia ao lado
a ausencia sentida soa compaixão
os olhos abarcam dormidas recordações.

A amizade vivida
deleita, mas não cala
o amor sentido
perde-se, mas não acaba
a ferida em febre encena compaixão.

Alma nefasta
no abismo do horizonte
feito o vazio deste sombrio coração
teimoso por teus beijos
afoito pelo teu sexo
vivído desta angústia
compaixão..

sábado, 6 de outubro de 2007

Eclipses & Elipses: O lançamento


Num destes invernos

Corri, corri e corri!

Estava ofegante

Encontrei-me ali

Vi meu nome na lápide.

Morri.

Palavras são apenas palavras,

mesmo que vivas.

Eu quis ver!!

Derrubei a lápide,

cavei a tumba,

tirei o caixão!

Abri!

Perfume de morte

Falta de sorte

Entre livros sagrados e malditos

Encontrei apenas um bilhete do eu-poeta:

"Dei uma volta, sai".

.

.

.

Anderson Borba

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Enfim... Eclipses & Elipses


Penar residência
.
Solta pena
Em livre queda
E só assim
Vive o fim
Como primor de ínicio
Esquece a leveza
Por descontar
O tempo prisional.
Vento emoldurado
Em verdade
Tudo parado,
Pois baila
A pena
Abala o tempo
Que encena.
Depende.
Mas expurgou do corpo
Fria pena
Ciranda que tanto anda Pousa.
No ninho de outros amantes.
.
.
Alceu Amaral.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Da série: Microcontos - 2

Esperou. Esperou, sentado em sua imaginação. Perdeu o ônibus.

sábado, 15 de setembro de 2007

Novidade


Agora também posso ser encontrado no Recanto das Letras. O endereço é: http://recantodasletras.uol.com.br/autores/lcambara
A foto acima é a matéria que saiu na revista Atualidades, da Nestlé.



Visitemmm, estejam a vontade...Bjo a todas e abraço a todos..

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

VEM AI...

Uma modernidade, devaneios com rumo, sensibilidade comprometida com o questionar, à expressão do ser humano.Um livro. O livro Eclipses e Elipses lançamento oficial dia 30 de setembro.

.DSC00780

Da série: Microcontos - 1

Tudo estava calmo. O maior desafio que ele tinha pela frente era o seu deserto imaginário.

Bula



O velho veneno descendo
lentamente
farin-ge
la-rin-ge
e-so-fa-gooooooooooooo
Como poeta
afogado no vomito das palavras
um último suspiro:
o abraço da morte
tingindo a noite.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Para não dizer que não falei de Brasil...


A esperança morreu
ali, na casa ao lado,
vestida de mensalão,
CPI, fome zero,
jaqueta jeans
e um par de anos
de democracia em vão..
Desfeitas as incertezas
na voz da união,
um par de olhos na televisão
horário político para divertir o cidadão,
vemos nascer o brotar
de uma nova nação..
Crescida, amadurecida, espremida
entre muros de corrupção,
ergue-se no horizonte
uma ufanada utopia
o gritar de um povo
já há muito ultrajado
pelo pingar de sangue
cores da bandeira.

sábado, 21 de julho de 2007

Atenção..

O momento eh de reflexão...as poesias estão escaças...As vezes é preciso lapidar a matéria, no caso as palavras, conhecer novas fontes, viver novas experiências, portanto se as poesias não estão brotando aqui no blog...é porque o poeta esta em repouso..

Abraço a todos..

sábado, 26 de maio de 2007

...

No crepúsculo
as cruzes se cruzam
famigerados lobos
devoram as entranhas
da última virgem..
O negro sol abrasa
a última dor
derradeiro destino
de homens
feras e demônios.
Na ceia
o sangue infiel
o mundo todo
servido as crianças
folha de papel.

terça-feira, 22 de maio de 2007

Anseios à escura

Medo ou expectativa?
Vergonha?
De onde vem?
Quem a segue?
Há um mistério que não desvendo,
mas vejo determinação em seus olhos.
Penso que ela pode estar a espera
A espera de ser surpreendida
Talvez ela queira...
Mas falta algo a ser dito,algo a fazer
Por que se encolhe?
Sua sensibilidade provoca
E leva-me a pensar em seu nome
Alguém que conheci
Posso chamá-la de Camila?

domingo, 15 de abril de 2007

Ainda que eu te ame




Verei o sol a cada manha mais belo
Serei poeta das estrelas
andarilho por entre teus sonhos
Ainda que eu te ame

Lerei teus lábios a cada gota de meu sonhar
Banharei-me ao mar
Cantarei a dor mais triste
Serei como o eterno aprendiz de teus mistérios
Ainda que eu te ame

Correrei todos os perigos para navegar por teus abraços
Beijarei todas as flores em todos os cemitérios
Te revelarei todos os meus segredos
Cavalgarei por todos os jardins
Ainda que eu te ame
Percorrerei o grande abismo em busca de paz
Desafiarei o inferno além
Beberei o néctar da chama da paixão
Sonharei tua inocência servida a cada por do sol
Ainda que eu te ame

E ainda que eu te ame
Sorrirei como criança
Farei poemas à lua e falarei a todos os profetas, padres e poetas da mulher mais bela
De teus negros cabelos , de teu silêncio e de meu amor
Ainda que eu te ame

Andarei pela chuva
Caminharei solitário à procura de teu sorriso
Farei de todas as noites sinfonias de eternos amanheceres
Ainda que eu te ame

Ainda que eu te ame
Ainda que tu não me ames..

sexta-feira, 6 de abril de 2007

A gota


A gota pinga

gota pin

gotaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa.....uma tempestade

além da castidade

gota em gota

conta-gota
gotejar de poesia

enfim gota poesia
poesia em gotas
...

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Flores e espinhos

O jardim estava ali. Bromélias, Crisântemos, Jasmins.Ele o sentiu como nunca. Cada minúscula partícula do seu cosmo. Palavra estranha esta, que ouvira certa vez em algum lugar de sua infância. Sabia o nome de todas as flores, aprendera ainda criança com mestre Deolindo. Era Abril, as cores em seus matizes o encantavam. O frio havia chego. As cigarras não mais cantavam e as borboletas estavam cada vez mais escassas. Apenas um suave silêncio quebrado suavemente pelo gotejar de uma delicada chuva e o bater de asas de um teimoso beija-flor enamorado por uma Tulipa.
No repente um gélido vento acariciou sua face. E no compasso deste momento seu coração batia acelerado; o que acontecera nos últimos instantes iria para sempre repercutir em sua vida. Ele sabia disso e agora lhe restava apenas incontáveis e borbulhantes pensamentos. Sentimentos a navegar vestidos de medo e indecisão por sua mente.
Antes que novos detalhes pousassem em seu caminho de detalhar o momento ouviu um seco som de passos se aproximando; gritos de comando, o engatilhar de armas e percebeu o cinza das fardas dos policiais a quebrar a harmonia do lugar. Compreendeu o fim de tudo, mas não ia reagir. Dava assim um fim aos seus sonhos de garoto e como nunca desejou um ultimo abraço de seu pai, a torta de morango de sua mãe, um beijo de namorada e o som de sua banda preferida no seu mp3; mas órfão aprendera a não navegar por mares tão distantes e percebia assim ao cruzar o abismo da fronteira do crime que até mesmo o conforto dos jornais nas calçadas seria um sonho distante.

Ventos

Acordei-me
saudade encardida
feito brotoar de ilusões perdidas
e na ânsia de aprisionar
teu sorriso
fiz-me teu escravo de eternas
manhas não amanhecidas.
Ainda na hora do sol se por
eu mar revolto
de beijos não dados
abraços não acontecidos
seios não beijados
tu vento, ventania
o crepitar de meus sonhos
Feito simples
Poesia..

terça-feira, 6 de março de 2007

Dedilhando..ou Crônica de uma louca e muda paixão


É estranho o amor. Ele nasce das circunstâncias mais simples, inocentes e singelas da vida. Um dia estamos com alguns amigos em um lugar qualquer e surge uma garota, destas que fazem nossos olhos brilharem, tremerem nossas mãos, bater mais forte o coração. Uma garota diferente, especial. Ela sorri. Negros cabelos ao vento. Um meigo oi solto ao ar. Mas não há aproximação. O momento se perde. As atenções dela e de você mesmo estão voltadas para outras coisas, outras pessoas. O tempo passa.
Um dia você reencontra a garota e ela novamente te sorri. Você devolve o sorriso e parte, mas o sorriso permanece como lembrança, destas feito noite de lua cheia. Os dias, as semanas correm, em uma fria tarde de um domingo qualquer há uma chance de aproximação. Há um encontro. A garota sentada, mãos ao colo, olhar no asfalto, está a espera. Você chega, trocam palavras, riem, já não são mais estranhos. Após novos encontros, novas palavras, alguns telefonemas nos sábados a noite, alguns convites recusados, novos sorrisos, nasce uma amizade, um desejo contido. Nestes pequenos instantes juntos o mundo parece parar, nada mais importa. O nascer de uma paixão. Lábios desencontrados. Um beijo na face. Um abraço.
E o tempo passa, você percebe que ela é a garota perfeita, sua alma gêmea. Indecisão. Medo. Anseio. Expectativa. Infindáveis os sentimentos em ebulição. Sempre a espera do novo encontro, do novo olhar, do novo sorriso.Um dia vem a confissão, a decepção; a tão sonhada garota quer apenas a tua distante amizade.
Mas os dias passam, ela permanece como uma eterna lembrança de um amor não vivido, um beijo não dado, troca de olhares não amanhecidos. O amor fica aprisionado. Cadeado. Desprezado.Açoitado pelo destino infeliz. Há quem diga que não é o ódio o contrário do amor, mas a indiferença. No fim só o sussurro de um coração partido, a repousar entre lágrimas da eterna lembrança de um sorriso que não sorri por ti. E assim você aprende que não é possível amar sozinho. A fazer de amores sublimes poesias. A caminhar sozinho ao fim da tarde de um domingo cinzento, e o que importa é ficarmos bem no final.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Poesia Incompleta


Poesia Incompleta

Ao acordar os ventos cantam
teus desejos
não mais caprichos de menina
mas desígnios de mulher.
Oh doce triste sina
de teu amante
entregar-se
na desventura de perder-se
entre teus por vir..

E na musicalidade de teu sorriso
no sofrer de teus lábios
no respirar de tua pele
no êxtase entre teus seios
ou no dormir entregue
em teu colo
ora eu homem-menino
a satisfazer tuas vontades
ora meu eu poeta
a transformar amor
em versos
de uma poesia incompleta.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Abstrações!



Vôo
como pássaro alado
no céu profanado de minha inocência
derramando
em campos abstratos
flores esparsas
veleidades
alma em decomposição..
A ferida sangra compaixão
e o silêncio
mortalha perdida
canta melancolicamente
a última nota putrefata
deste mundo caduco..
E a criança que chora
derrete muros humanos.
Vai-se a candura
nas ancas de um anjo.
Coito de sombras,
reflexo multifacetado
do meu eu em ebulição..
E no fim tudo é
solidão...

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Reflexos

Lá vai...
um último olhar
navegando
cativo
entre castas
dunas obtusas.
O sangue fervente transformado
em singela fragrância
desta embriaguez sôfrega
de nossa demência
inconclusa.
Gélido momento ardente
banhado em chamas
de desejos por vir.
.Torpidez sagaz de
um beijo desencontrado.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Ventos..

Acordei-me
saudade incardida
feito brotoar de ilusões
perdidas.
E na ansia de aprisionar
teu sorriso
fiz-me teu escravo
de eternas
manhas não amanhecidas.
Ainda na hora do sol se por
eu mar revolto
de beijos não dados
de abraços não acontecidos
seios não beijados.
Tu vento e ventania
insania vilania
o criptar de meus sonhos
feito simples
poesias..


( Dedicada à garota mais legal deste mundo, que repousa como lembranças não acontecidas no meu coração hoje, amanha e sempre...)

domingo, 28 de janeiro de 2007

Ocaso

E da janela
um último lembrar-te
candeeiro flamejante
de ruídos já esquecidos..
No asfalto
gélida gruta
de pensamentos velozes
por vezes atrozes mentiras
ou candidos sonhos
música fugídia
o som de teus passos
no mesmo compasso..
E em meus olhos
singelo desejo escondido
no véu de nossas indecisões.
Teu sorriso por testemunha
já na partida que se anuncia.
Um beijo
um aceno inocente
um ônibus que chega
uma partida
o ocaso
de uma despedida...

sábado, 27 de janeiro de 2007

Outono de minha'lma

Lá vem ela
doce
ao sabor do vento
cantando
sussurrando desejos.
Vem a passos
mansos
dançando
pousar em uma flor..
Mas flores não há.
Nós dois não seremos
mais
que folhas ao chão.
Desfolhamento de nossas emoções.
Folhas que o vento
espalha
neste outono de minha'lma.
Na brisa da manhã
canta a menina de teus olhos
música fugidia
como o tempo
nosso doce alento.
Lá já vai ela
de mãos entrelaçadas
com o seu destino menina
neste outono de minha doce triste alma.

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Eu ladrão de mim

Acordo-me
e estou a roubar
sono sereno repousante da noite.
Levanto-me
e perco-me gesto inexistente
contemplação de existir.
Vejo-te
e roubo-me silêncio virginal
de não te conhecer.
Ao beijar-te
afano-me
imaculado direito de não
sentir o sabor de teus lábios.
Oh doce ventura
do gozo do não saber.
E ao te perder
Encontro-me
Eu ladrão de mim.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Retalhos



Feito poeta estrada
anjo caído
ando
a passos tortos
na fuga de mim
em escassas memórias
simples retalhos
dores do mundo.
Para encontrar-me
bêbado de meus sonhos
a cantar sagaz despedida
de alma minha:
terminando-me
começando-te.

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Não há caminhos
não vejo pedras
pedras são invenções
caminhos..tentações..
Beijo, abraço
um simples sorriso
na manhã molhada
de tua inocência.

domingo, 21 de janeiro de 2007

Infância perdida

Cavalgo por entre sonhos
de menino e
vejo a imensidão
do azul do mar,
pássaros fazem seu vôo
mas sinto me como peixe
entre anzóis e rede.
Tenho sede
não sede de água
mas de mundo
este mundo que desperta.
A noite foi curta
lagrimas caem
por sobre meus sonhos.
Corro, mas é corrida
de garoto
o mundo é feito de gotas
gotas de despedidas
gotas de desencontros.
A tarde cai
o silêncio canta
meu coração é o peso
de um manancial
já não tenho somente sede
mas fome
fome de ventos
de sonhos, de intentos;
de beijo
de esperança
e vejo então na menina de teus olhos
que já não sou
mais criança.