domingo, 27 de dezembro de 2009

Último post do ano...Feliz Ano novo


MENINA BORBOLETA
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No vagar das esquinas
em rubra face
um triste chorar de amor.
No teu silêncio
a simplicidade do teu eu menina
desabrocha.
Nobre senhorita...
Deste singelo encontro
vejo partir o choro
e deste trocar de sorrisos
nascer linda menina borboleta
em um primaveril bater de asas
sonhos e poesias..
E quando a noite já se faz
nobre dama em despedida
alças vôo
e partes também tu..
........................( Para a menina mais linda que já conheci, um dia.)
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............No último post de 2009 quero deixar um grande abraço a todos os leitores do Blog, que com seus comentários me incentivaram a continuar atualizando o Confissões constantemente.
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......Obrigado!
................................. UM FELIZ ANO NOVO!
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.Alguns números: + de 12600 acessos
................ 22 seguidores
................ 79 posts
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OBS:..Ah, to saindo de férias durante os meses de Janeiro e Fevereiro, mas devo postar algo dia 21 de Janeiro em comemoração aos 3 Anos do Confissões.
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.......................................Um grande abraço!

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Presente de Natal


Caros amigos,
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Mandei um exemplar de nosso livro para um amigo lá do curso de Letras em Santa Cruz.
Ele escreveu a respeito e acho que vale compartilhar com vcs.
o arquivo está anexo.
abraço
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Anderson
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Para um Albatroz chamado Anderson Borba
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O poeta é o ser que mais compreende e enxerga a essência de tudo. Ao apr(e)ender, com seu olhar de albatroz, as grandezas do ínfimo e a pequenez do grandioso, ele nos passa o valor de poder ver o que antes estava bem alí, imperceptível. O poder de contemplação e a virtude de traduzir em palavras o que é inenarrável é o que faz da poesia um diferencial desses tempos de tanta rapidez e atropelo. Seu trabalho e de seus amigos ‘Albatrozes’, fomentam e nos prova que a arte lírica não morreu, ela está presa bem aqui dentro do Eclipses & Elipses, basta apenas que abramos o livro (e a alma) para libertá-la ao mundo e tornar-se\permitir-se livre para observar, sob suas penas, o encantamento do mundo visto lá do alto.
Continue acreditando na palavra, pois, como tu mesmo dizes em teu poema, te faz um mito, um vulto escrito, um mudo grito... O silêncio que ouvi ao lê-lo foi ensurdecedor. Fiz-te palavra com as minhas e tornei completas - dentro de mim - as elipses que me deixou, eclipsando a grandeza do Sol com a mística e idealização da Lua.
Contudo, claramente, adorei o trabalho e fiquei impressionado com a qualidade e sensibilidade dos amigos. Percebe-se visivelmente a verdade com que se pintaram suas poesias, o que me deixou muito feliz durante a leitura da obra. Um grande abraço, obrigado pelo presente e parabéns aos senhores por tão primorosa labuta.
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.. . Do amigo, Dilso José dos Santos

domingo, 20 de dezembro de 2009

Travessia


A chuva era um bálsamo. Gotas de despedidas. O homem a contemplar suas mãos, em um devaneio, encontra-se com o seu eu e não o entende. Seus sonhos de criança ainda gritavam, mas são sons surdos no desespero de sua demência.
Seu olhar contempla os transeuntes, porém nos os vê. Apenas transpassa-lhes suas dolorosas vidas. Mas seus rostos não o interessam. Como não interessa o andar despreocupado de um cachorro a abanar o rabo.
O homem caminha, mas seus passos são como os passos de um condenado..

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Outono de minh'alma


Lá vem ela
doce
ao sabor do vento
cantando
sussurrando desejos.
Vem a passos
mansos
dançando
pousar em uma flor..
Mas flores não há.
Nós dois não seremos
mais
que folhas ao chão.
Desfolhamento de nossas emoções.
Folhas que o vento
espalha
neste outono de minha'lma.
Na brisa da manhã
canta a menina de teus olhos
música fugidia
como o tempo
nosso doce alento.
Lá já vai ela
de mãos entrelaçadas
com o seu destino menina
neste outono de minha doce triste alma.
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( Poema publicado no primeiro ano do Blog, agora presenteado aos novos leitores do blog.)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A nova cultura e sua contracultura


Muito bem, vamos por a cara para bater. Tenho um gosto pela mediocridade. É irresistível. Esta no meu sangue. Faz parte da minha veia cultural. Confesso: Eu leio Paulo Coelho. E tenho quase todos os livros dele em minha biblioteca. Ufa.. Surpresa? Ao contrário do que podem achar todos os pseudo-intelectuais, eu o leio com prazer. Odeio intelectuais, metidos a donos da verdade da beleza cultural.
Intelectual quando vestido de “dono da cultura” é chato. Veste-se de rabugice, por não saber se entregar aos prazeres da vida. Vive travestido de seus conceitos, para enganar-se a seus próprios olhos. Eu perco-me a degustar esta literatura de multidão como a um tesouro a ser descoberto.
Mas o que atrai as multidões de jovens e novos leitores a esta “pseudo cultura”, rejeitada por muitos? A simplicidade. Sim, eu revelo a todos: SIM-PLI-CI-DA-DE. E não me venham dizer que por trás desta simplicidade esta revelada o grau de inteligência desta nova geração. Enganam-se todos. Nunca se leu e escreveu tanto como neste inicio de século. O advento da internet trouxe-nos blogs, msns, orkuts e afins. É a partir daí que sai esta nova cultura, Esta nova literatura, que se espalha por toda a rede virtual.
Mas faço nova confissão, sou fã de Harry Potter e Crepúsculo. Sim, acho os irresistíveis. Por quê? Por que se vestem de inocência, porque são originais, porque desafiam-nos a sermos crianças, a ver o mundo com um olhar a muito esquecido. O olhar da originalidade. Um mundo de bruxos e trouxas; um mundo de vampiros vegetarianos onde se desenrola um amor impossível. E detalhe. Em dias onde tudo se leva para a banalidade do sexo, são obras que não apelam para cenas de corpos ardentes. Ohhh!!! Sim, sim são histórias quase virginais.
Ah, e por fim um detalhe. Simples detalhe. Em um mundo literário quase masculino por excelência, são obras de mulheres... Da o que pensar..
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(Crônica publicada no Primeira Hora, em Novembro/2009)

domingo, 29 de novembro de 2009

...ando pelas esquinas,já tão vazias de ti.


Ato dois..
não há queda. Escrevo.
Pauta já não tão simples.
Dor? Devaneios? Não, não..
Mas não me perguntes
o tom desta poesia,
apenas sinta-a nua
em tua boca..
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...
A terra canta
profícuos gemidos
da insanidade humana,
matizes perdidas
voraz destruição
alma terra homem
alegrices
grãos cósmicos
poeira
nada
gritos difusos
sonoros sacrifícios
homem terra a-l-m-a..

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Temporal


João esta só. O dia chega e ele contempla o sol, o azul do céu, o canto das árvores, o sorriso dos pássaros. A noite se aproxima em seu galope sereno. João continua só; e, em sua solidão, penetra nos mistérios da escuridão. o seu silêncio não é só seu, mas esta a dominar as ruas, a praça, as pessoas e os pensamentos de tontos transeuntes que disparam em todas as direções. Escaças pessoas se aventuram há cruzar por entre seus sonhos.
João dorme. João come. João deixa-se atrair por Morpheu. joão vomita escaças palavras aos transeuntes que desfilam o olhar sobre sua face em um misto de piedade, educação e desconfiança.
As vezes o homem grisalho, pele encardida pelo tempo, olhos cansados se permite perder-se entre seus passos. E na solidão da noite, entre confusas vozes, silenciosos desejos, vai ao encontro de seus dias, ora descobrindo-se, ora perdendo-se em si mesmo em um temporal de recordações e ilusões que como seu rastro ficaram pelo caminho na poeira dos anos..

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Ler Saramago ou não ler?



Não gosto de Saramago. E odeio não gostar de Saramago. Entendam-me. O autor Nobel é chato. Chato? Sim, ele revela-nos o que não queremos que venha a luz. Ele cava fundo a alma do ser humano. Ele se opõe aos maniqueísmos de uma sociedade galgada em purulentas mentiras. Ora enraizadas na essência humana, ora emanadas dos porões de uma igreja secular que há tempos impede a evolução da humanidade em uma sociedade mais pura de superstições e misticismos oportunistas. Não, não sou contra a igreja, só falo pela libertação de amarras seculares.
Mas não desviemos do assunto: Saramago. Li a crônica publicada na última edição sobre a decepção do cronista com o autor. Saramago causa isso. E resolvi discordar do seu ponto de vista. Respeitosamente, é claro.
Primeiro Saramago não questiona a Bíblia. Ele a revela. Não uma revelação hipócrita, mas o que de fato é. Um livro quase perverso. Não penso que seja de hoje que o velho escritor resolveu voltar-se contra o “grandioso livro”, pois há tempos que ele ergue a bandeira do ateísmo. Seu “Evangelho Segundo Jesus Cristo”, de 1991 ainda hoje causa calorosas discussões e de fato é o único que pode despertar um agravo a cristãos mais efervescentes. Mas não é apenas contra as religiões que ele se volta. Em “O ensaio sobre a cegueira” de 1995, Saramago volta-se contra a condição humana tornando o homem em animal selvagem quando as condições o permite.
O escritor, que já brincou com a morte em seu “As intermitências da morte”, em 2005 agora em Caim chama atenção por retratar todo este universo de crueldade de um mundo com um deus vingativo, temperamental e cruel. Se o livro é bom ou ruim? Não sei. Ainda não o li. Mas está na minha lista para a Feira do Livro, (de nossa cidade?!). Sei de Saramago que de forma irônica vem há tempos pintando a literatura com textos críticos e se voltando contra toda forma de opressão da humanidade: seja social, religiosa ou política.
Gostar ou não gostar de Saramago. Ler ou não ler Saramago são questões que nos despertam para a liberdade que o ser humano exige em gritar sua.
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( Crônica publicada no Jornal Primeira Hora, em 06/11/2009 )

domingo, 1 de novembro de 2009

Eu Ladrão de mim


Acordo-me
e estou a roubar
sono sereno repousante da noite.
Levanto-me
e perco-me gesto inexistente
contemplação de existir.
Vejo-te
e roubo-me silêncio virginal
de não te conhecer.
Ao beijar-te
afano-me
imaculado direito de não
sentir o sabor de teus lábios.
Oh doce ventura
do gozo do não saber.
E ao te perder
Encontro-me
Eu ladrão de mim.
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( Republicando esta poesia para apreciação dos novos leitores. )

sábado, 24 de outubro de 2009

Novidade: Slide show


Novos ares...


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/ Um novo passo para o Poeta do Entardecer. Em breve novas publicações aqui no Confissões. /
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Ato um...
Quedo-me a escrever,
pauta simples. Dor.
Devaneios.Alguns anseios.
Poesia em ré. Toco as
palavras como a acariciar
os cabelos da musa amada,

domingo, 11 de outubro de 2009

Talvez


Talvez
amanhã
no alvorecer primaveril
queiras me beijar
suavemente
como ondas ao mar.
E entre respingar
de sorrisos
trocados
sejamos apenas
loucos
homem e mulher
feitos
ato de amar.

sábado, 3 de outubro de 2009

Primeiro minuto


José acorda. O despertador ainda não tocou. Os ponteiros do relógio, prontos para engolir o tempo, marcam 6:14. Resta um minuto. José pensa na vida. Entre o cansaço do dia anterior e seus sonhos, sorri.
Agarra-se a este último tesouro como a matar uma sede sôfrega, do último golo de água do cantil da vida. Fecha os olhos e respira profundo, O coração entre um arfar de desejos inconclusos. Ele sabe que terá um longo dia pela frente. O frio da manhã invadirá seus passos, mas ele seguirá em frente. Aguentará ônibus, trabalho, chefe, trabalho, ônibus.
Porque José tem sonhos ele não fraquejara. Eles são maiores que sua rotina. E após o café ele sairá pela porta a apreciar o primo canto dos pássaros. Com passos rápidos para não perder o ônibus dará bom dia a seu Manoel, que deverá estar a abrir a quitanda. Enticará com Joana, a lavadeira baiana que sempre entre um sorriso e uma prosa segue a vida apressada.
E com braços cansados retornará a noite pelas mesmas ruas. E ao abrir o portão a porta se abrirá e Maria atirar-se-á ao seu pescoço e lhe dará um boa noite, cheio de saudades. E assim, porque o amor não deixa a vida esfriar José sorrirá e estará preparado para o dia seguinte.
O relógio toca. José sorri e levanta-se. Começou o dia.

domingo, 27 de setembro de 2009

Poeta do entardecer


Não
não chores
não choro sem lágrimas
aborto de sentimentos.
Se ainda
teimas em sonhar
com o olhar d'alguma menina
de longos cabelos negros
ao vento
que sejas
mansamente
beijo de passarinho.
E se ainda
o vazio do caminho
vier a te entristecer
teças simples poesias
sejas
poeta do entardecer.

domingo, 13 de setembro de 2009

Epitáfio (ou lamentações de um poeta)


E ao lerem meus poemas
não chorem..
concedam-me que apenas
poucas lágrimas os pinte.
E quando perguntarem te
que pobre alma os escreveu
deixe-lhes
revelarem
os versos torturosos
e
que saibam
que foi apenas um homem
perdido na ventura de amar.
A poesia é o canto
da alma do poeta
o abrasar da paixão
a carícia mais doce
rabiscada no sorver
das palavras
por um louco
caído
vívido de prazeres
entre o divino
e o mundano.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Observação


Um transpirar descompassado
no arfar cavalgar
das manhãs
na leveza de teus passos
boniteza em aquarela...
Pintas tu entre nós
Pinto eu teus finos traços
na estranheza de teus lábios
rosa úmida
aqueço singular paixão.
Nada de desejos
mácula dos apaixonados
apenas
o encontrar-me entre teus seios..
um instante no jardim
de tua primavera.
E nesta encruzilhada
perco-me
teu escravo
a contemplar sem pressa
vasto mistério
teu olhar
suaves promessas.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Infância perdida



Cavalgo por entre sonhos
de menino e
vejo a imensidão
do azul do mar,
pássaros fazem seu vôo
mas sinto me como peixe
entre anzóis e rede.
Tenho sede
não sede de água
mas de mundo
este mundo que desperta.
A noite foi curta
lagrimas caem
por sobre meus sonhos.
Corro, mas é corrida
de garoto
o mundo é feito de gotas
gotas de despedidas
gotas de desencontros.
A tarde cai
o silêncio canta
meu coração é o peso
de um manancial
já não tenho somente sede
mas fome
fome de ventos
de sonhos, de intentos;
de beijo
de esperança
e vejo então na menina de teus olhos
que já não sou
mais criança.
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( Republicando está poesia - o primeiro post do blog - para os novos leitores )

sábado, 29 de agosto de 2009

Coito


Os ventos soprando
respingos d'alma
sabor de teus lábios
sussurrar do abrir
de tuas coxas
alva pele
onde jaz o resfolear
de desejos incontidos
creptar insano
mãos e sexo
negro altar
de manto teus cabelos
a ornamentar
tocar de dedos
na nudez de teus seios
o orvalhar feito suor
de corpos na busca
do êxtase galgado
ardente anseio
de um sofro
de inocência fulgidia
palpitar de corações
amor feito sacrifício
de uma paixão
em profusão
no final
o emudecer das vozes
adormecidas
sobre teu colo..

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Crepúsculo


No crepúsculo
as cruzes se cruzam
famigerados lobos
devoram as entranhas
da última virgem.
O negro sol abrasa
a última dor
derradeiro destino
de homens
feras e demônios.
Na ceia
o sangue infiel
o mundo todo
servido as crianças
folha de papel.

sábado, 22 de agosto de 2009

Madrugada




Fria e cheia de vida
cautelosa sem demora
um cenário escuro
entre o silêncio e murmúrio
nevoeiros e seus segredos
travam batalhas em seus desejos
calma agitada
terremotos e baladas
madrugada e sua marcas
ganham vidas ganham asas.
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(do amigo poeta Fabio Eduardo Z. Fuhr)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Desencontro


Estranhos os desencontros.
Fotografias
dos nossos eus não vividos
vivicitudes
de nossas paixões não acontecidas
perdas em vida.
E de perdas
sabem os poetas
pois são não-poesias,
páginas não escritas
dor em profusão
não acontecida.
Desencontros são lágrimas
gotas em busca de seus oceanos.
Nascem no acaso
crescem nas lembranças
e desaparecem ainda crianças.
Um desencontro é sempre
um nascer que deixou
de acontecer.

sábado, 15 de agosto de 2009

Uma verdade inconfidente


Há no Brasil uma nova mania. Uma quase tendência. Vamos reescrever nossa história. Tudo que se disse sobre nosso passado até agora é mentira.Engano. Falcatrua. É estória. Filme B para enganar os bobos. É ficção para vender livros didáticos. E aquele tal Pedro Álvares Cabral, que aprendemos o nome ainda na infância com nossa saudosa professora, não foi nenhum descobridor. Nossos coirmãos portugueses não são heróis desbravadores, mas mercenários sanguessugas que vieram até estas terras para saquear e roubar suas riquezas.
E após está mentira desfeita há mais um rosário de outras mentiras que precisam ser reveladas. E um a um de nossos heróis vão morrendo, junto de seus feitos. E nossos amigos reveladores da verdade são implacáveis em fazer justiça. Tiradentes, Dom Pedro I, Bento Gonçalves e por ai vai caindo uma série de outros ícones históricos, deixando de ser exemplo de bravura, lealdade e justiça perante os olhos de nossas crianças do século XXI. Acabou o romantismo histórico. Tudo é uma grande farsa.
Por favor senhores não me reveleis está verdade de vocês. Que feche-se os meus olhos, silenciem-se os meus ouvidos. Não manchem minhas ilusões. Eu necessito de heróis. O povo é carente de mitos. Sejamos como os gregos, que souberam criar os seus Ulisses, Aquiles, Heitor. Fazendo de sanguinários soldados, seus heróis, seus mitos. Tenhamos sua fé, pois eles acreditam. E ninguém vai dentre eles querer revelar a face da mesquinhes humana de cada um. Há uma necessidade de crer em atos heróicos. Um povo sem mitos é um povo sem imaginação, sem romantismo. Sem lideres.
Devolvam-nos nossa ingenuidade histórica. Deixem-me sonhar com o grito do Ipiranga, com a princesa abolicionista, com heróis farrapos e presidentes populistas. A arte de se contar um estória é romancia-la e transforma-la em ato histórico. Isso engrandece a alma. Da exemplos. Traz virtudes. E transforma a existência humana mais agradável.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Despedida


Pairam palavras no ar
invocadas para seduzir..
beijadas num doce penar
de uma despedida por vir..
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Quisera em derradeiro momento
ter você musa a muito já eleita
sempre a deixar minha'lma em tormento
nesta triste sina já feita.
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No acordar desta manhã cinzenta
vagam frias recordações
de um olhar negro, que não se apresenta.
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Jaz aqui neste tênue chorar
simples palavras de inspirações
de um nobre coração sempre a te amar.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Sobre amor...


Ando na procura
neste mundo loucura
de um amor
amigo
amor manso
amor que não cansa
ou
amor velocidade
que não se perde com a idade.
Num simples olhar
na maresia
deste mundo poeira
ando a procura
não amor inexato
fogo, simples paixão
vazio, doce ilusão
doido, afoito
sexo sem nexo
amor objeto.
Mas encontro
de sonhos
duelo de almas
beijo molhado
em perfumes de madrugadas de desejos.
Desejos de teu olhar
de um sorriso
voz de teus sonhos.
E nesta inquietude
do tempo
faço-me voo
na conta de amar
alguém
sem ter que esperar.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Obituário


E o homem encontrou-se em uma dessas esquinas, que multiplicam as possibilidades, com o seu grande amor. Não fora o único, mas o de maior beleza, com maior significado.
Vestido em sua tristeza contemplou-a pelo sonhar de um instante. Ela, para ele, ainda uma moça pequena, de olhos negros, cabelos longos ao vento, esboçou-lhe um sorriso indiferente, que se perdeu em um instante de melancolia. E neste pôde ele sentir um beijo na face, de outros tempos, quando ainda jovem deixava-se levar por um tênue fio de esperança de viver uma grande paixão. Um beijo transformado em um delírio de abraço, quentes beijos, um amar insaciável entre carícias e descobertas.
Mas no singelo encontro não houve mover de lábios. Ele desviou o olhar e seguiu adiante para o calabouço de seus sonhos. Quem o contemplasse mais significativamente perceberia o frescor de uma lágrima a jogar-se atrevida em um cantinho qualquer de suas ilusões.
Ele ainda a veria uma, duas, ou três vezes nos anos seguintes. Ela cada vez mais vistosa, bela e contente. Casara, tivera filhos, um dos quais dera o nome dele.Fato que ele nunca parou para pensar o motivo, ou a irônica casualidade.
Em passos mansos o homem seguiu seu caminho, apegando-se em contemplar em sonhos o que um amor platônico não pode revelar à luz. Agraciado pela vida a não ter uma rabugenta velhice, morrera logo ali; menos por decisão do que circunstância propícia. Não houve choros prolongados, nem muita alegria, visto que não era dado a estas sentimentalidades e mantinha a todos a uma distância da cordialidade simplista.
Conta-se que alguns poucos amigos, que fizera na vida, foram ao seu funeral; os quais o homenagearam com uma lápide onde se lê: Poeta, nasceu, amou, não foi correspondido, viveu infeliz.
Em noites, nos bares poéticos, onde ainda cantam-se versos em honra do amar desenganado ainda lembra-se dessa história perdida e alguns amantes platônicos vão até sua lápide fazer chorar um violão em preces na vã esperança de uma recompensa a ser adquirida.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Quintanares..


Em alguma colina
corres andarilho em suas travessias
anjo menino
voando em asas de Malaquias.
Poeta entre passarinhos,
musas, brincares
e quintanares
vestes as palavras ainda nuas
em lindos traços
de simples poesias
com vestes tão tuas
fazendo-nos alçar voo
em amores e fantasias.
E de tuas
há também de se lembrar
em belas e singelas ruas
que por hora ainda choram
tua partida
nas noites de cheias luas.

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( Homenagem publicada no Papiros em Homenagem aos 100 anos de Mario Quintana, a qual reproduzo aqui em sua memória pela passagem dos seus 103 anos no dia de hoje.)

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Sentimentalidades


Amigo
partes como
o lançar de um vôo
da última águia
a cruzar o céu
em um bater de asas de despedidas.
Segue o rumo de teus sonhos
embandeirado em tuas verdades
sem medos
desanimos ou meandros
apenas a procura de tua identidade
partes em busca de vitórias
a deixar teu rastro
e tuas glórias.
Sorriso largo
passos apressados
as vezes de amores enganados
já te vi (até)
entre um chorar envergonhado.
Amigo
partes tu
p-a-r-t-e-s de nós..
Em tardes de ventos
ao bombiar teu chimarrão
entre um sorver amargo
uma lembrança na garupa
um aperto chinchado no peito
solte o olhar pras bandas
de Camaquã
que aqui já está
quem te diga: - Um até breve
já num choro emocionado.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Reminiscências


As feridas de amor não se cicatrizam
elas disfarçam-se
ódio
indiferença
sagaz melancolia
amizade.
Um beijo não dado
um amor não partilhado
é como velas não alçadas ao mar
ficam presas num cais qualquer
amanhecer silencioso de espectadores
som das cordas de um violão
não transformado em canção..
e no rosto triste em uma multidão de sorrisos superficiais
repousa o frenesi dormente
da descoberta adormecida
falando de um amor não vivido
porque dos outros...
Ah, os outros
são reminiscências do passado...

segunda-feira, 6 de julho de 2009

O anel


Objeto de grato valor
as vezes dor
dor não de ferida
que machuca
na caída
mas de despedidas.
Objeto de grato valor
poís causa paixões
saudades, sonhos
e
ilusões.
Objeto ora prata
ora ouro
ora simples adorno,
nas mãos sempre
um eterno
encanto
entre tantos.

sábado, 27 de junho de 2009


Aonde acordas...!
beijo de relvas
dissimulados ventos
soprados ao léu..
se sonhos catarses
em pés sôfregos
ferida de uma alma
precipício
solidão dissimulada
Aonde acordas...?
um desencontro
instinto felino
beijo sôfrego
em relvas ilusões perdidas...
Aonde acordas.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Caso de Polícia



O carro parou lentamente na sinaleira da Olavo Moraes. A porta da direita foi aberta subitamente e pode-se ouvir, por alguns instantes, acordes estridentes de uma guitarra que ceifava com volúpia o ar, vindo do som interno. Duas pernas alvas, destacadas pelo levantar do vestido, um modelito vermelho, que revelava a silueta de um corpo bem formado de uma jovem de 19 anos se pôs para fora e removeu o ar a sua volta com graça e discrição. O sol das 13 horas castigava furiosamente o rosto de alguns transeuntes que circulavam pela praça Donário Lopes. O bater da porta fez –se ouvir juntamente com o voar de algumas pombas que se aventuravam entre os carros. A jovem mulher ainda acenou, levemente para dentro do gol azul metálico, que a trouxera até ali, ao pisar na calçada.
Antes do sinal voltar a ficar verde, como um crepitar selvagem ouviu-se o som de sirenes descendo contra mão a rua em perseguição a outro carro, um uno branco que rasgava o asfalto velozmente. Juntamente começou um ensurdecedor estampido de tiros a varar o ar. Ao se jogar com o carro a direita para escapar de ser engolido pelo carro que vinha em sua direção Daniel instintivamente voltou-se com a cabeça a procura de Laura, ao mesmo tempo que está emitia um grito de susto e dor e já caia na calçada manchando está de um vermelho escuro e viscoso.
O carro perseguido e as viaturas policiais adentraram praça adentro ferozmente enquanto Daniel corria ao encontro de sua jovem esposa que atingida no coração já não mais pertencia ao mundo dos vivos. Lagrimas desciam pelo rosto de seu amado esposo enquanto este beijava o rosto inerte e gritava um não de raiva e incompreensão. Uma pequena multidão já se aglomerava ao redor entre um misto de curiosidade e pavor de uma violência incompreendida.
Mais tarde enquanto familiares e amigos velavam o corpo da jovem Laura De Camargo o delegado Mattos foi de encontro a família prestar solidariedade e revelar que os dois fugitivos já estavam presos e que lamentava que a arma de um de seus policiais tivesse sido a causadora de tão terrível desgraça.

domingo, 26 de abril de 2009

Menino de rua



Opa!
Venha
venha cá
menino de rua
e diga á quem dó
de ti
tenhas,
que fazes perdido?
Tu que vives entre estruturas
no ventre das calçadas.
Em noite enluarada
te encontro fundido,
vivendo, se esquecendo
a cada instante.
Donde estás os teus sonhos?
Vives de ilusões,
ou tudo já
é em teu doce olhar
decepção?
no compasso da espera
sem pai
tendo apenas
o calor dos jornais
como tua mãe.
Já não é mais inocente,
mas venha
conte cá
donde estás tua gente
ou és meu sonho adormecido
que por horas desperta?
Meu, dele, nosso.
Levante
pensamento de justiça
a tua causa
sangue já tão esquecido.
Não, não venhas.
Vá.
Tenho medo de ti
que cruzas meu caminho
e não mais me deixas
sozinho.

Menino de rua,
e não chores
por ti
mas por mim
ventre sangrento
da terra
que gerei
tão vil intento
terno instante
de pensar eu
que poderia
esquecer e voltar ao eu
de antes de ti,
a ser como dantes.
Vá..

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Quase


...um quase encontro, um quase abraço, um quase beijo no regaço. Uma vida feita de quases é uma vida em despedidas, uma alma em constante procura, um vazio feito de quases ilusões..

domingo, 5 de abril de 2009

Compaixão



Dores putrefas
na sombra vazia ao lado
a ausência sentida soa compaixão
os olhos abarcam dormidas recordações.

A amizade vivida
deleita, mas não cala.
O amor sentido
perde-se, mas não acaba
a ferida em febre encena compaixão.

Alma nefasta
no abismo do horizonte
feito o vazio deste sombrio coração
teimoso por teus beijos
afoito pelo teu sexo
vivído desta angústia
compaixão..

domingo, 1 de março de 2009

Amor guardado


Eu tenho um amor
pequeno devaneio
entre a rotina do dia a dia
e o frenese instante.
Um amanhecido suspirar
de meus olhos
a guardar
segredo desejo
de tocar a suavidade de teu rosto
desvendar os mistérios
entre teus lábios
e testemunhar
o caláfrio
desta noite moribunda
onde
tão nefasto assalto
dormido em meu coração
faz teu olhar
terno de abundânte vida minha
que se
desfaz em ti.